No filme O Homem que Mudou o Jogo, há uma cena em que Billy Beane (interpretado por Brad Pitt), diretor de um pequeno time de beisebol, está conversando com seus conselheiros sobre as próximas contratações. Um deles fala: “Eu gosto do Perez”. Outro responde: “Ele tem uma namorada feia. Namorada feia significa falta de confiança”. Beane faz uma pausa antes de dar seu parecer: “Sábias palavras, meu amigo, sábias palavras”. Eu não sei até que ponto concordo, mas devo admitir que há uma certa sabedoria nisso. Mulheres bonitas são capazes, efetivamente, de levar um cara à loucura.
Não é só a confiança que pode ser abalada. A autoestima, a segurança, a paranoia... Você nunca vai deixar de pensar que não é digno daquela maravilha. Ela é melhor que você e ponto. Um amigo de pós-graduação, rico, gostava de namorar modelos. Ele não ligava se sua namorada flertasse na balada, no restaurante, na viagem. Não dava a mínima para os olhares cobiçosos que ela atraía na praia. Como impedir uma beleza de ser admirada e desejada? Usando uma burca? Trancando-a em casa? Proibindo-a de circular por aí? Aprendi um pouco com ele sobre mulheres bonitas.
Já na série “segurando a onda” o personagem principal Larry demite seu agente porque o sujeito tem uma esposa superatraente. Passa a trabalhar com outro, casado com uma horrenda. Segundo sua lógica, essa escolha traz credibilidade e grandeza ao sujeito. Ele é sensível e não se apega a superficialidades. Ele dá valor a coisas elevadas. Ele é moralmente superior.
A feia traz, eventualmente, um pacote de vantagens. Ela se esforçará para agradar você. O sexo será compensador. Você não será corroído pelo ciúme. Você não precisará gastar dinheiro para mimá-la. As pessoas vão pensar que você tem algo de especial.
Crônica escrita por Edi Rossetto.
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